Cartão de débito vai se tornar mais atrativo para comerciantes. Confira mudanças previstas.

O pix acabou causando muito impacto nas transferências de recursos e pagamentos de uma forma geral. De uma hora para a outra os brasileiros começaram a ter a possibilidade de enviar recursos de forma eletrônica no mesmo instante, saindo de uma conta para a outra, tanto entre pessoas físicas como também em transações entre consumidores e empresas. Diante disso, outras formas de pagamento acabaram perdendo força.

Uma delas foi o pagamento com cartão de débito. Essa foi uma forma de pagamento que acabou ganhando muita força nos últimos anos e que permitia com que as pessoas aproveitassem todos os benefícios oferecidos nos pagamentos à vista, mas sem que fosse necessário carregar o dinheiro vivo de um lado para o outro.

Para o consumidor, o pré-requisito era ter dinheiro em conta, uma vez que no momento em que o cartão de débito acaba sendo utilizado para a compra, o valor acaba sendo diretamente descontado da origem. Mas, o que muitos consumidores não sabem é que nem sempre estes recursos nem sempre acabam indo parar diretamente na conta corrente do lojista.

Como existe uma intermediadora que permite o recebimento dos pagamentos com os cartões de débitos, que geralmente é a mesma empresa que também oferece a estrutura para o recebimento de pagamentos com cartões de crédito, este dinheiro acaba muitas vezes indo para a operadora, e posteriormente liberado para o lojista, dependendo do seu acordo.

Visando voltar a oferecer a possibilidade do pagamento no cartão de débito de uma forma atrativa para ambos os lados, algumas mudanças devem ser implementadas em breve neste sistema.

Mesmo com o avanço do Pix, inclusive que acabou agilizando todas as outras medidas focadas no cartão de débito, essa forma de pagamento cresceu, especialmente durante o período de pandemia. No ano passado, cresceu 7,4% e movimentou R$ 992,4 bilhões. Já o setor de cartões cresceu 24,6%, para R$ 3,31 trilhões, segundo a Abecs. O crédito e o pré-pago tomaram a dianteira.

Recebimentos na hora

Uma das principais mudanças deve beneficiar os comerciantes, mas também pode acabar beneficiando também os consumidores, uma vez que as lojas podem acabar oferecendo condições facilitadas para as vendas com o cartão de débito. Seguindo os mesmos moldes do que é possível com o Pix, os recursos que passam pelo débito poderiam ser enviados diretamente para a conta do lojista.

Existem algumas outras iniciativas que devem começara ser implementadas a partir deste ano para os usuários do cartão de débito. Uma delas se chama “click to pay”. Essa, na verdade, acaba sendo uma evolução de alguns sistemas que já podem ser encontrados e que permitem com que os consumidores paguem com débito por compras feita de forma online. Neste caso, o cliente poderia fazer tudo com apenas um clique, sem ter que entrar no app do banco.

Outra medida que também já está sendo pensada para neste segmento de débito é a liberação de senha para determinados tipos de pagamentos feitos online. Este serviço acaba sendo mais focado para empresas que oferecem planos de assinatura ou ainda para aplicativos de transporte, por exemplo.

Para oferecer mais uma alternativa para que os clientes possam ter acesso a linhas de crédito, também devem ser aumentadas as chances de parcelamento de compras com essa modalidade, mediante cobrança de juros. Este é um serviço que já pode ser encontrado em alguns bancos, mas a ideia é ampliar a possibilidade. Essa medida, assim como a transferência direta de recursos para a conta dos lojistas, deve ser implementada ao longo do ano de 2024.