Cooperativismo: Entenda o que são as cooperativas financeiras

Cooperativismo é um termo bastante utilizado nos dias de hoje, especialmente no mundo financeiro. Muitas pessoas acabam se deparando com determinados tipos de bancos e outros tipos de empresas que oferecem basicamente os mesmos serviços financeiros, mas acabam se identificando como uma cooperativa ao invés de uma empresa do segmento privado. E isso acaba tendo algumas diferenças importantes para o dia a dia dos clientes.

Nos últimos anos, este é um modelo de negócios muito interessante que vem ganhando espaço na economia global, e não apenas no Brasil. Mas, antes de mais nada, é muito importante entender de fato o que significa uma cooperativa.

Quais são os princípios fundamentais do cooperativismo

De uma forma geral, uma instituição que surge com um modelo de cooperativismo tem um negócio que acaba sendo baseado justamente na cooperação entre as pessoas, que se unem em prol de objetivos que são considerados como comuns. Essas pessoas acabam compartilhando não apenas as responsabilidades, mas também os benefícios deste tipo de organização.

Dentre os principais princípios que acabam sendo utilizados como pilares para a construção e um negócio neste formato estão os seguintes:

• Adesão voluntária e livre;
• Gestão democrática pelos membros;
• Participação econômica dos membros;
• Autonomia e independência;
• Educação, formação e informação;
• Cooperação entre cooperativas;
• Compromisso com a comunidade.

De uma forma geral, uma cooperativa pode ser criada com o objetivo de promover os mais variados tipos de negócios. Um exemplo que costuma ser muito utilizado é o de pessoas que se organizam para conseguir negociar produtos agrícolas de pequenos agricultores. Essas pessoas passam a produzir para a cooperativa, que, por sua vez, acaba tendo mais facilidade para conseguir negociar com as empresas que podem se tornar clientes.

Mas, ao invés destes pequenos produtores estarem vinculados a uma outra empresa através de um contrato de prestação de serviços ou até mesmo através de um contrato de trabalho, eles se tornam donos da cooperativa, tendo participação direta nas decisões e também nos lucros, sempre de acordo com a legislação criada internamente em cada um destes modelos.

Mas, além das cooperativas que atuam na produção de determinados bens de consumo, existem também aquelas cooperativas que acabam atuando no segmento de serviços financeiros para os clientes, que são chamadas de cooperativas de crédito.

O que são cooperativas de crédito

Essas organizações funcionam de uma forma muito parecida com a de um banco convencional, prestando os mais variados tipos de serviços financeiros para os clientes. Mas essas pessoas que abrem uma conta, ou tomam um empréstimo ou se utilizam de outros serviços oferecidos dentro deste segmento, se tornam associados ou cooperados.

E isso acaba tendo uma importância fundamental, já que a partir deste momento as cooperativas não acabam tendo clientes, e sim pessoas que se tornam espécies de sócias da cooperativa de uma forma geral. Eles passam a ter uma participação direta na forma como a cooperativa é gerida, tomando decisões em conjunto. Além disso, estes associados também podem acabar tendo participações nos lucros que a operação acaba tendo de uma forma geral.

Diferentemente dos bancos, as cooperativas de crédito não podem visar o lucro como uma organização convencional, entendendo como lucro a quantia de dinheiro que acaba se concentrando a partir dos ganhos nas mãos dos donos. O objetivo central de uma cooperativa deve ser sempre o de desenvolvimento sustentável da comunidade na qual está inserida.

Por isso, sua gestão é democrática e participativa e cada associado tem direito de votar e escolher quem dirigirá a cooperativa, por exemplo, ou ainda decidir onde o dinheiro do grupo será investido. Por isso, existem alguns termos diferentes utilizados no mundo das cooperativas. Por exemplo, o que seria chamado em lucro em uma empresa privada acaba se tornando a sobra.

Cooperativas de crédito são seguras?

Do ponto de vista legal, as cooperativas podem ser consideradas tão seguras quanto as instituições financeiras convencionais, como os bancos públicos e privados. Todas as cooperativas de crédito que atuam legalmente passam por todo o processo de regulamentação do Banco Central.

Do ponto de vista de negócio, as cooperativas de crédito podem correr alguns riscos maiores do que os bancos tradicionais, especialmente em virtude de ter que seguir decisões que partem de sistemas democráticos. Por conta disso, é sempre importante analisar bem o histórico da cooperativa em si.