Crédito rotativo do cartão: entenda como funciona e saiba como sair
Modalidade de crédito é atualmente a mais cara do mercado para os consumidores.
Nas últimas semanas um assunto relacionado a economia tem captado a atenção do governo, que é o crédito rotativo do cartão de crédito. Atualmente essa é a linha de crédito que é disponibilizada pelas empresas para os consumidores mais cara. E isso está criando uma disputa entre as instituições financeiras, o governo e o próprio comércio, já que essas taxas acabam consumindo boa parte do poder de compra das pessoas.
De um lado, os bancos acabam lutando contra uma tentativa do governo de tabelar as taxas que são cobradas nestas compras e não concordam com a criação de um teto para estes valores cobrados. A proposta das instituições financeiras seria uma restrição em parcelamentos sem juros das compras, o que pode acabar se tornando um dos principais fatores de endividamento com o passar dos tempos. Mas isso acaba não sendo apoiado pelos varejistas.
Os números mais recentes fornecidos sobre o preço deste crédito indicam que a taxa média do rotativo do cartão de crédito está atualmente em 437,2% ao ano. Ou seja: em 12 meses a dívida mais do que quintuplica. Algumas financeiras ainda chegam a cobrar quase 1.000%, segundo o Banco Central.
Isso provoca uma verdadeira bola de neve que faz com que as pessoas, especialmente aquelas que não entendem muito bem como o cartão de crédito funciona, tenham muita dificuldade de conseguir pagar suas dívidas e recuperar seu crédito.
Para tentar fugir destas dívidas, entenda melhor como funciona o rotativo do cartão de crédito:
Como funciona o rotativo do cartão?
Na prática, as pessoas que utilizam o cartão de crédito não precisam pagar nada para ter essa forma de pagamento, a não ser nos casos em que os cartões cobrem anuidades dos clientes. E quando as pessoas fazem apenas parcelamentos sem a cobrança de juros utilizando este método de pagamento, elas também não acabam tendo que gastar mais do que o valor da compra em si.
Mas a partir do momento em que os clientes não pagam o valor completo da fatura, eles acabam caindo no que é chamado de crédito rotativo. Essa é uma das modalidades de crédito mais antigas para os consumidores que utilizam o cartão, e permite que, no momento do pagamento da fatura, ele pague um valor abaixo do total.
Neste caso, todo o valor que não é pago em uma fatura acaba sendo jogado para a próxima fatura. O problema é justamente os custos de taxas e juros que são cobrados dos consumidores que optam por este tipo de pagamento protelado.
Atualmente existem já algumas regras que foram criadas justamente tentando controlar um pouco estes créditos rotativos. Antigamente os clientes podiam ir apenas pagando o valor mínimo da fatura ao longo dos meses, mas agora o saldo que fica em aberto não pode passar para mais de duas faturas.
Além disso, as instituições financeiras também passaram a oferecer de uma forma mais recorrente, a possibilidade de parcelar os pagamentos das faturas em valores fixos. Desta forma os clientes sabiam exatamente os valores que seriam cobrados ao longo dos meses, com uma taxa de juros um pouco menor.
Dicas para sair do crédito rotativo
Antes de mais nada, inicie uma negociação diretamente com a instituição financeira com o objetivo de parcelar a dívida. Caso ela esteja muito grande, pode ser importante que as pessoas acabam cancelando o cartão e parcelem toda a dívida, e retome o crédito apenas a partir do momento em que a dívida for paga.
Em determinados casos, pode ser interessante que as pessoas acabem trocando essa dívida por uma mais barata. Pode ser interessante, por exemplo, contratar um empréstimo que terá como principal objetivo quitar completamente a dívida do cartão. Este empréstimo poderá acabar se tornando mais barato do que o pagamento das parcelas do rotativo, por exemplo.
Também é importante ter um controle dos gastos, especialmente se a pessoa continuar utilizando o cartão mesmo com uma dívida sendo paga. É importante definir um limite que seja realmente condizente com o quanto a pessoa ganha ao longo do mês. Também é muito importante ter cuidado especialmente com os pagamentos parcelados que vão se acumulando ao longo dos meses.