Juros do cartão rotativo chega a 430,5% ao ano! Saiba como não cair neles.
Governo demonstrou preocupação com essas altas taxas.
A grande maioria das pessoas que utilizam os cartões de crédito acabam sabendo que as taxas de juros que são cobradas quando os consumidores utilizam serviços como o limite de crédito rotativo está entre as mais altas do mercado. Mas, nos últimos anos, essa taxa de juros aumentou ainda mais em relação as outras taxas que são cobradas em operações comerciais e financeiras.
De acordo com as informações que foram divulgadas nesta semana pelo Banco Central do Brasil, a taxa média de juros das operações do crédito rotativo subiu de 417,4% ao ano, em fevereiro, para 430,5% ao ano em março. Com isso, esse é o maior patamar desde março de 2017, quando estava em 490% ao ano, ou seja, em seis anos.
Haddad criticou os juros altos
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, demonstrou recentemente uma preocupação em relação aos juros que estão sendo cobrados quando os clientes entram no limite do crédito rotativo. O ministro afirmou recentemente que pretende iniciar uma rodada de negociações com as instituições financeiras para conseguir chegar em uma redução da taxa de juros cobradas nas operações do rotativo dos cartões.
"O desenho [do crédito do cartão rotativo] está prejudicando muito a população de baixa renda. Uma boa parte do pessoal que está no Serasa hoje é por conta do cartão de crédito. Não só, mas é também por cartão de crédito. E as pessoas não conseguem sair do rotativo. É preciso encontrar um caminho negociado como fizemos com a redução do consignado dos aposentados", declarou o ministro, na ocasião.
Ele informou ainda que a possibilidade de redução dos juros cobrados pelas empresas que administram os cartões de crédito está sendo discutida com os representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o que vai ajudar a abrir as portas para que essa negociação saia do campo das ideias e que realmente aconteça, chegando no bolso do consumidor.
Do outro lado, os representantes dos bancos afirmam que essa é uma questão complicada de ser resolvida, afirmando ainda que o governo e os bancos ainda não conseguiram chegar em uma solução para o impasse. Dentre as possibilidades que estão sendo estudadas surgem propostas como a redução de juros mais baixos para determinados perfis de consumidores, como aqueles que não possuem o histórico de entrar neste tipo de crédito ou aqueles que conseguem ficar pouco tempo no rotativo.
Um dos pontos citados pelos representantes das instituições financeiras que fazem com que estes juros sejam mais elevados é a possibilidade que os cartões oferecem dos clientes pagaram parcelados em muitas lojas, o que acaba não sendo muito comum em outros mercados.
Dicas para sair do crédito rotativo
Tente negociar junto a instituição financeira responsável pelo cartão de crédito para parcelar a dívida. Hoje em dia a grande maioria das empresas oferecem para os clientes a possibilidade de parcelar o valor da fatura em parcelas fixas, com uma taxa de juros que é, na maioria dos casos, menor do que aquelas que são cobradas no rotativo;
No momento da negociação, fique atento as condições do parcelamento. O valor total da dívida, que sempre vai depender da quantidade de parcelas, uma vez que os juros aumentam de acordo com o tempo que as pessoas levam para fazer o pagamento, geralmente é retirado do limite total do cartão disponível. Ou seja, as pessoas poderão ter que deixar de usar o cartão;
Caso a operadora não ofereça condições de parcelamento da fatura em parcelas fixas, pode ser interessante buscar um tipo de empréstimo mais barato para quitar o valo do rotativo do cartão. Dentre as possibilidades mais comuns para este tipo de operação estão os créditos pessoais e consignados, com juros muito menores;
Reduza os gastos com a fatura do cartão para que a bola de neve não fique aumentando nos próximos meses. Lembre-se que o cartão de crédito deve sempre ser utilizado no limite dos recebíveis financeiros das pessoas, não devendo ser um limite adicional;
Cuidado com as compras parceladas em muitas vezes, pois isso faz com que os valores das parcelas sejam acumulados ao longo das faturas, fazendo com que as faturas fiquem mais caras.