Crédito rotativo: entenda o que é e como funciona
Sistema é a base do funcionamento dos cartões de crédito.
Recentemente o crédito rotativo acabou se tornando um assunto bastante comentado e o centro de uma polêmica envolvendo o governo e as instituições financeiras. Recentemente a câmara aprovou um projeto de lei que acaba limitando os juros do rotativo do cartão de crédito a 100% ao ano. E isso seria uma grande mudança diante do cenário atual, na qual a média dos juros deste crédito está em 445,65% ao ano.
O projeto ainda tem um longo caminho pela frente até que se torne uma realidade. A proposta será enviada ao Senado para que a casa também possa fazer uma análise e encaminhe para uma possível aprovação. Mas a medida acaba encontrando uma série de resistências, especialmente das instituições financeiras, que afirmam inclusive que a medida poderia inviabilizar os cartões de crédito de uma forma geral.
Mas, para entender melhor como essa proposta pode impactar a vida financeira dos clientes, é preciso entender de fato mais sobre o funcionamento do crédito rotativo.
O que é crédito rotativo?
O crédito rotativo é o crédito oferecido para os clientes que possuem cartões de crédito e que acaba sendo acionado a partir do momento que não existe o pagamento do valor integral da fatura. A partir do momento que a fatura fecha, o cliente recebe a relação de todos os gastos do cartão naquele período, e o valor total da conta. Junto, aparece um valor mínimo, que pode ser pago pelo cliente.
Neste caso, todo o valor que acaba ficando em aberto automaticamente entra na próxima fatura. E sobre este valor acaba incidindo os juros previstos para o crédito rotativo. Este atualmente é considerado como o tipo de crédito mais caro do mercado para o consumidor, que gira em torno dos 450% ao ano.
De acordo com as atuais regras que foram estabelecidas para as operadoras de cartão de crédito, o rotativo pode ser utilizado apenas por 30 dias, justamente em uma tentativa de não transformar a conta em uma bola de neve. Neste caso, o cliente acaba, na próxima fatura, tendo que pagar, no mínimo, o valor em aberto da fatura anterior e mais o valor mínimo da fatura atual.
O que é o limite do rotativo do cartão?
Este é um termo que também pode ser utilizado pelas operadoras de cartões e instituições financeiras de uma forma geral, mas que basicamente está relacionado a mesma informação do valor mínimo de pagamento. Ou seja, o valor limite de crédito rotativo liberado pela operadora é o percentual máximo da fatura que pode ficar em aberto no momento do pagamento.
Por exemplo, o pagamento mínimo do cartão de crédito pode ser definido pela operadora em 10% do valor total dos gastos feitos naquele período. Isso significa que o limite do crédito rotativo para este cartão é de 90% do valor da fatura. Lembrando que todas essas informações devem ser fornecidas para o cliente, seja no contrato, no aplicativo do cartão ou através de qualquer outra forma de comunicação que chegue ao cliente.
Crédito rotativo e parcelamento da fatura é a mesma coisa?
Mesmo que ambas as modalidades sejam consideradas crédito e permite que os clientes não paguem o valor completo da fatura do cartão, eles possuem algumas diferenças importantes. A principal delas é a taxa de juros. O parcelamento da fatura é uma proposta de crédito contratada com valores fixos de parcelas, sendo que essas mesmas acabam sendo cobradas na fatura do cartão.
A partir do momento que o cliente contrata o parcelamento, ele terá o custo efetivo total da operação, que leva em consideração todos os juros e as taxas cobradas. Este valor depende da quantidade de parcelas. Mas, a partir do momento que o parcelamento é feito, o cliente saberá exatamente quanto ele terá que pagar nos valores das parcelas, e isso torna a operação mais fácil para que o cliente consiga pagar. Além disso, também é mais barata.
Mas o parcelamento da fatura acaba comprometendo o limite do cartão de uma forma geral. Com isso, as pessoas podem acabar tendo o seu cartão bloqueado até que os pagamentos das parcelas liberem o limite do cartão para que ele siga sendo utilizado.
De uma forma geral, os especialistas recomendam, caso não seja possível o pagamento total do rotativo, que os clientes façam o parcelamento da fatura, para ter um maior controle da dívida.