Dívidas podem deixar doente? Entenda o impacto na saúde mental.
Excesso de problemas financeiros estão entre as principais causas de uma série de doenças e condições mentais.
A saúde financeira e a saúde mental possuem uma relação muito intrínseca. Diversas pesquisas indicam que as pessoas que possuem muitos problemas na sua vida financeira acabam tendo problemas de saúde, começando geralmente pelas doenças e condições mentais, que podem evoluir para outros tipos de doenças.
De acordo com um levantamento feito pelo Serasa, a partir de uma pesquisa bastante extensa sobre o impacto que as dívidas acabam tendo na saúde das pessoas de uma forma geral, as pessoas que estão endividadas acabam apresentando uma série de comportamentos que podem evoluir para doenças mentais severas, tais como vergonha, insônia, isolamento social e pensamentos negativos.
Os comportamentos citados anteriormente acabam tingindo cerca de 80% das pessoas endividadas pesquisadas pela instituição. Além disso, mais de 60% das pessoas entrevistadas que tinham dívidas afirmavam sentir uma grande dificuldade de se concentrar no trabalho e nas tarefas comuns do dia a dia.
Outro efeito que costuma aparecer bastante nas pesquisas relacionadas as dívidas é uma deterioração do relacionamento em casal. De fato, os problemas financeiros estão entre as principais causas de conflitos nas famílias.
A resolução do problema, de uma certa forma, pode parecer fácil e óbvia: as pessoas precisam quitar suas dívidas e parar de contrair novas até que sua situação financeira seja revertida e melhore. Mas se fosse simples o Brasil não teria um índice tão grande de pessoas com dívidas atrasadas.
Por isso, é importante que as pessoas também cuidem da sua saúde mental durante este processo de recuperação financeira. Confira algumas dicas que podem ajudar a não piorar um quadro que já pode ser considerado como bastante problemático.
Parta para o reconhecimento do problema
Antes de mais nada, é muito importante que as pessoas partam para o reconhecimento do problema que de fato está se apresentando. Negar e fugir costuma ser a escolha feita por muitas pessoas, que preferem pensar em “soluções mágicas” que poderão fazer com que os problemas acabem se resolvendo sozinhos.
Admitir que este é um problema que realmente precisa ser encarado de frente e que as pessoas precisam encarar para encontrar uma solução que vai melhorar sua qualidade de vida de uma forma geral é o primeiro passo para garantir que o mesmo não acumule a ponto de realmente causar um grande estrago na saúde mental do indivíduo.
Compartilhe o problema
A questão das dívidas acaba surgindo sempre como uma espécie de contradição. A grande maioria dos endividados sentem muita vergonha desta situação e preferem esconder essas questões de parentes e amigos, inclusive, em muitos casos, fazendo novas dívidas apenas para disfarçar a situação. Mas, ao mesmo tempo, este é um problema que afeta milhões de brasileiros atualmente, portanto é uma situação compartilhada.
Mas falar sobre o problema pode ser uma forma de tratar isso do ponto de vista da saúde mental. Se a pessoa não quiser abrir sua situação para pessoas conhecidas e familiares, pode ser interessante contar com a ajuda de um terapeuta nestes casos.
Trabalhe em um plano para organizar a vida financeira
Uma outra forma de ajudar o cérebro a entender o que está acontecendo e aliviar especialmente as questões relacionadas a ansiedade, é começar a trabalhar em um pano de recuperação. Neste primeiro momento, o foco não deve ser apenas na solução final, com a quitação das dívidas, mas sim na implementação de pequenas etapas e planos que farão parte de um resultado maior.
Por exemplo, as pessoas podem começar criando uma planilha para listar todos os gastos que ela possui e quanto dinheiro ela ganha todos os meses. Depois, listar alguns destes gastos que podem ser cortados ou reduzidos. Depois, ir criando pequenas metas para economizar dinheiro e ir pagando as contas menores. Tudo isso ajuda a aliviar este sentimento de culpa que as pessoas acabam vivenciando.
Pratique o autocuidado
Também é importante que as pessoas criem hábitos de autocuidado, que ajudam não apenas nas questões relacionadas aos problemas que surgem com as dívidas, mas também cuidam da pessoa de uma forma geral. Dentre os hábitos que comprovadamente costumam ser muito saudáveis estão exercícios físicos, meditação, hobbies e momentos de lazer. Mas, neste caso, é importante que estes cuidados não aumentem as dívidas.