Golpe do boleto falso: confira dicas para não cair
Bandidos criam falsos documentos de cobrança para desviar dinheiro das vítimas.
Mesmo com o surgimento de uma série de formas diferentes de pagamento de contas, incluindo métodos muito mais tecnológicos, como o Pix, o boleto segue sendo o mais utilizado para as cobranças de clientes. Esse é um documento emitido pelas empresas que é amplamente reconhecido dentro do sistema financeiro.

Mas existem diversos golpes envolvendo cobranças, incluindo os boletos falsos. Antes de entender como esse tipo de fraude pode causar prejuízo financeiro nas pessoas, é muito importante entender como esse documento de cobrança funciona na prática.
Como funciona o boleto?
O boleto é um tipo de documento que se tornou tão comum no dia a dia das pessoas que muitas nunca pararam para analisar e entender como ele funciona. Mas isso acaba sendo importante, especialmente para identificar possíveis problemas e discrepâncias que apontam para emissão de um boleto que pode não ser verdadeiro.
Essa é uma forma considerada oficial de pagamento, regulamentada pelo Banco Central. Nele, o cliente, que é chamado de sacado, realiza a cobrança de forma ativa, emitindo uma requisição de pagamento para o recebedor, que é chamado de cedente.
Isso é feito através de um documento emitido seguindo um determinado padrão adotado pelo Banco Central. Por isso que todos os boletos acabam tendo basicamente os mesmos dados e os mesmos campos, mesmo que possam ter algumas variações em relação a forma como ele é impresso ou o seu tamanho.
O boleto oficial deve conter uma série de informações que são fundamentais tanto para que o sistema consiga identificar esses pagamentos como para que os clientes saibam exatamente o que está sendo pago e para quem. Com isso, os dados encontrados no boleto são os seguintes:
- Sacado: quem vai ser o pagador do valor;
- Cedente: quem vai ser o recebedor da cobrança, o emissor do boleto;
- Agência/Código Beneficiário: código relacionado a conta do cedente, agência tem 4 dígitos e código beneficiário tem de 6 a 12;
- Valor do documento: o quanto custa a transação em moeda corrente vigente naquele país;
- Vencimento: até quando o sacado tem para quitar o documento;
- Juros e multa de mora: é quanto sacado tem que pagar por atraso no pagamento. Multa é paga apenas uma vez e juros aumenta conforme o tempo de atraso;
- Nosso número: sequência de dígitos que compõe a linha digitável e carrega todas as informações registradas no banco;
- Linha digitável: representação numérica do código de barras que contém código de compensação (3 primeiros dígitos), moeda (4º), data de vencimento (número de dias corridos a partir da data base de 7 de outubro de 1997) e o valor do documento até a data de vencimento (últimos dígitos). Ao todo, pode ter 48 dígitos;
- Código de barras: representação em barras da linha digital para as máquinas compreenderem;
O que é o golpe do boleto falso?
O golpe do boleto falso consiste na emissão de um documento de cobrança em nome da vítima que tem como principal objetivo desviar o pagamento para uma conta de terceiro, diferente daquela que seria da empresa indicada na cobrança.
Normalmente os boletos falsos acabam sendo emitidos de forma a emular os documentos de cobranças que costumam ser emitidos em massa, para uma grande quantidade de pessoas. Por exemplo, boletos de pagamentos de determinados tipos de impostos, como IPVA. Mas também podem ser encontrados no mercado boletos falsos emitido em nome de empresas.
Na prática, o boleto em si não acaba sendo um documento falso, pois de fato ele é emitido pelo sistema do Banco Central e vai ser reconhecido pelo banco da vítima no momento do pagamento. Mas suas informações são falsas, induzindo as pessoas ao erro.
Dicas para identificar um boleto falso
Números do código de barras – De acordo com o padrão adotado pelo Banco Centra, os primeiros três dígitos do código de barras sempre devem ser os mesmos do código do banco emissor. Os clientes podem consultar uma lista completa de códigos e bancos no site da Febraban.
Dados do beneficiário – O documento deve ter o CPF ou o CNPJ que vai receber esses valores. Na dúvida, as pessoas podem consultar alguns bancos de dados disponíveis na internet que ajudam a identificar se esses números, de fato, pertencem a quem deve receber esse pagamento;
Valor – O valor do documento também deve ser verificado, pois eles sempre devem constar no campo “valor do documento”. Ele deve sempre bater com o que é esperado pelo pagante, como o valor de um determinado pedido, ou ainda o valor de algum imposto;
Erros ortográficos – Na grande maioria dos casos os boletos falsos acabam apresentando alguns erros que dificilmente seriam encontrados em um documento original, como problemas na grafia de certas palavras e até mesmo no nome da vítima;
Origem – A origem desse boleto também deve ser avaliada. Pagar boletos recebidos por e-mail sempre é mais arriscado. Nesse caso, o endereço deve bater com o do site oficial da empresa ou do órgão emissor. Na dúvida, busque sempre os boletos diretamente no sistemas ou pegue ele presencialmente.