Bunge lança nova fintech para apoiar financiamento agrícola
Plataforma promete aprimorar processos de análise de crédito a produtores.
Os profissionais que trabalham no setor agrícola estão ganhando, cada vez mais, ferramentas tecnológicas que são criadas com o principal objetivo de fazer com que eles consigam aumentar a lucratividade dos seus negócios a partir de análise de dados, inteligência artificial e outras características do mundo moderno.
A Bunge anunciou nesta semana o lançamento de uma empresa que vai atuar no segmento de fintech e que terá como principal objetivo atuar na oferta de crédito rural para negócios sediados e que produzem no Brasil. De acordo com os dados que foram liberados neste primeiro momento pela empresa, já serão disponibilizados, no começo, US$ 500 milhões disponíveis para operações entre revendas e produtores.
A criação da empresa acabou sendo possível diante de uma estratégia adotada pela direção que tem como meta fazer com que o grupo, de uma forma geral, consiga se consolidar como um elo entre o agronegócio brasileiro e o mercado de crédito. Para isso, a empresa quer utilizar dos mais de 20 anos de experiência da empresa nas chamadas operações de “barter”, pelas quais os produtores vendem uma parte de suas safras antecipadamente em troca de insumos agrícolas obtidos nas revendas, uma forma de os agricultores levantarem recursos para suas operações.
A nova empresa foi batizada com o nome de Fincorp, e terá como principal objetivo conectar stakeholders do agronegócio e do mercado de crédito. Neste primeiro momento, a empresa vai oferecer aos seus clientes duas opções de produtos digitais. O primeiro deles terá como foco a análise de risco para que revendas do ecossistema da Bunge possam gerenciar sua carteira de clientes.
Já o outro serviço anunciado para o começo das novas operações da empresa é uma solução de crédito que terá como objetivo facilitar a conexão do mercado financeiro aos produtores de grãos.
Demanda de clientes
Segundo Florence Shoshany, diretora de Finanças da Bunge para o Brasil, a iniciativa surgiu da demanda, de toda a cadeia de valor, por um produto financeiro que conciliasse risco controlado com componentes ESG comprováveis e verificáveis. “Com a Fincrop, reafirmamos nosso compromisso de oferecer soluções inovadoras e eficientes para o agronegócio brasileiro, e damos mais um passo estratégico para aumentar o volume de originação em conformidade com nossos compromissos de sustentabilidade”, afirmou Shoshany.
A trading e processadora de grãos e oleaginosas frisou que a fintech focará critérios socioambientais como ponto central das avaliações de risco, dando mais segurança às revendas de insumos agrícolas parceiras da Bunge para realizar vendas de seus produtos a prazo. Para Shoshany, o alto nível de adoção de práticas sustentáveis do produtor brasileiro é um ativo extremamente atrativo para investidores. “E nosso propósito é facilitar essa aproximação, ampliando as possibilidades existentes”, afirma.
Inteligência artificial
Uma das principais características deste novo negócio será a utilização de algoritmos e tecnologia de última geração. A inteligência artificial será utilizada de uma forma muito ativa na avaliação de crédito, com algoritmos que vão utilizar o aprendizado de máquina (machine learning) para coleta de dados de diversas fontes e análise das informações.
Outro ponto crucial para a decisão da liberação de crédito será a análise feita dos negócios em relação as práticas sustentáveis. De acordo com a empresa, isso também será feito por meio da análise de dados de monitoramento e rastreamento das propriedades, incluindo a possibilidade de captação e leitura de imagens obtidas de satélite, além de dados que serão colhidos diretamente no campo.
Saiba mais sobre a Bunge
A BUNGE Limited é uma empresa multinacional de agronegócio e alimentos americanas que está presente também no mercado brasileiro. Atualmente a empresa atua em diversas frentes, comercializando e processando grãos como soja, trigo, e milho, produzindo alimentos como óleos, margarinas, maioneses, azeites, arroz, atomatados, farinhas, dentre outros, atuando em serviços portuários e de logística e também produzindo açúcar e bioenergia.
No Brasil, a empresa atualmente é considerada como a principal do ramo agroalimentar, sendo também considerada como a maior exportadora do país. No país, ela conta com mais de 20 mil empregados, operando em cerca de 100 instalações, entre fábricas, usinas, moinhos, portos, centros de distribuição e silos.