Como autônomos podem garantir um 13º salário

O 13º salário é considerado como um dos benefícios e também e direitos dos profissionais que trabalham de forma oficial, com sua carteira de trabalho assinada. No ano de 2022 o benefício completou 60 anos, tendo sido instituído no ano de 1962, no governo de João Goulart. Mas a proposta que criou o 13º salário nasceu um pouco antes, no ano de 1959, através de uma proposta que foi apresentada oficialmente pelo deputado federal Aarão Steinbruch (PTB-RJ).

Essa gratificação do final do ano acabou se tornando uma das mais esperada pelos trabalhadores. Mas ela não é importante apenas de forma individual, também acabou se tornando um momento muito importante também para a economia de uma forma geral, já que o dinheiro injetado nas contas dos trabalhadores movimenta a economia em um momento muito importante, que é o final do ano.

De uma forma geral, o 13º salário é uma gratificação salarial extra que tem o valor do mesmo salário bruto que o trabalhador recebe, com alguns descontos que são previstos em lei. Ainda de acordo com a atual legislação trabalhista, este benefício pode ser pago para os trabalhadores em até duas parcelas, sendo que elas possuem prazos para serem pagas.

Mas este é um benefício que é destinado apenas as pessoas que trabalham seguindo as regras da CLT ou então são funcionários públicos. Os profissionais que acabam trabalhando por conta própria, seja os empresários ou as pessoas que trabalham nas modalidades de empresas individuais, não possuem nenhuma previsão de receber o benefício.

E isso acaba se tornando uma das principais desvantagens no momento que chega o final do ano. Isso porque os profissionais que liberais também acabam estando sujeitos aos pagamentos de determinadas contas que aparecem ao final do ano ou no começo do mesmo e que acabam pesando no bolso, como IPVA, IPTU, Seguros, matrículas, etc.

Benefício é pago pelo próprio trabalhador

O que muitas pessoas acabam não se dando conta é que este benefício acaba se tornando apenas uma forma da pessoa administrar um dinheiro que normalmente acabaria caindo na sua conta. A diferença é que ele acaba sendo pago apenas no final do ano, de acordo com as regras do pagamento do 13º salário.

De uma forma geral, são os próprios trabalhadores que acabam pagando por este 13º salário, através dos descontos que vão sendo feitos dos seus vencimentos todos os meses. O cálculo é o seguinte: dividir o valor do salário por 12 e reservar o resultado dessa conta todos os meses descontando do próprio salário. No final do ano, essas 12 parcelas são disponibilizadas ao trabalhador em uma única vez, esse é o 13º salário. Em resumo, é o próprio trabalhador quem gera aquela "renda extra".

Diante desta realidade, cabe aos profissionais autônomos criarem um mecanismo de economia ao longo do ano que poderá acabar gerando este pagamento do 13º salário, que realmente vai permitir com que a pessoa organize melhor suas contas em diversas situações.

Como garantir um 13º salário trabalhando como autônomo?

Na prática, as pessoas devem fazer o mesmo que elas seriam obrigadas a fazer se estivessem trabalhando com sua carteira assinada, mas de forma independente. Mensalmente, elas deverão reservar uma determinada quantia de dinheiro dos seus rendimentos. Mas é importante não deixar este dinheiro parado: ele deve ser aplicado em alguma opção de investimento que tenha rendimentos, pelo menos, acima da inflação.

Para quem quer uma receita mais específica de como garantir o benefício, os trabalhadores autônomos deverão separar uma quantia de 8,3% dos rendimentos, o que acaba sendo uma parcela de um total de 12 que serão separadas. Depois basta aplicar em qualquer opção de investimento que pague, no mínimo, 100% do CDI.