Suspensão de empréstimos consignados: entenda o que aconteceu.
Instituições financeiras estão deixando de oferecer este tipo de linha de crédito após queda nos juros.
Nos últimos dias aposentados do Brasil inteiro acabaram tendo uma surpresa nada agradável quando foram tentar obter empréstimos consignados nas instituições financeiras de sua preferência. Algo que normalmente poderia ser considerado como uma operação simples e comum acabou mudando para uma negativa: de uma hora para a outra essas pessoas deixaram de conseguir ter acesso a essas linhas de crédito.

De acordo com as informações que foram divulgadas pela imprensa ao longo desta semana, pelo menos 10 grandes bancos do país suspenderam as ofertas de empréstimos consignados que eram oferecidas para aposentados e pensionistas do INSS, o que te ria afetado um número de 37 milhões de possíveis clientes.
A suspensão na oferta de crédito começou a ser observada a partir da última quinta-feira, dia 16 de março. Neste dia, houve a publicação de uma instrução normativa conjunta da Previdência Social e do INSS com os novos juros do consignado, que caíram de 2,14% para 1,70% ao mês, no empréstimo pessoal, e de 3,06% para 2,62% ao mês, no cartão de crédito e cartão de benefício.
A queda na cobrança de juros foi definida na última segunda-feira, dia 13, em uma reunião que foi feita pelo Conselho Nacional de Previdência Social, após uma iniciativa do ministro da Previdência, Carlos Lupi, que vinha dando diversas declarações criticando as taxas que estavam sendo cobradas para este tipo de empréstimo.
Mas essa redução nos juros acabou sendo duramente criticada pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), que disse ter alertado o Ministério da Previdência e o INSS anteriormente sobre o comprometimento da oferta de empréstimo por causa dos "altos custos de captação". Um dos motivos apontados pela federação dos bancos é que grande parte dos aposentados e pensionistas que tomam este tipo de empréstimo estão com seu nome negativado, o que acaba indicando que eles pertencem a um grupo de alto risco para a inadimplência, um dos principais fatores levados em consideração na definição os custos deste serviços.
Quais bancos suspenderam a oferta de empréstimos consignados?
De acordo com o levantamento feito ao longo da semana, os bancos que deixaram de oferecer este tipo de empréstimo foram:
- Caixa Econômica Federal
- Banco do Brasil
- Itaú Unibanco
- Bradesco
- Mercantil (suspendeu só o empréstimo pessoal, o cartão consignado segue valendo)
- PAN
- Bem Promotora
- Daycoval
- PagBank (suspendeu só nos correspondentes bancários, continua oferecendo pelo app)
- C6
Em todos os casos, a decisão é considerada temporária, sendo que as instituições financeiras acabam tendo o poder de decidir retomar a oferta de empréstimos consignados a qualquer momento que desejarem ou então quando houver alguma outra mudança na política monetária do país.
O crédito consignado pode deixar de existir?
Diante deste movimento brusco, considerado como o maior desta natureza desde o momento em que este tipo de empréstimo foi criado e autorizado pelo governo, muitas notícias começaram a circular afirmando que as decisões atuais do governo estariam terminando, de vez, com este tipo de oferta para os aposentados e pensionistas.
De uma forma geral, de acordo com os especialistas, não existe nenhuma indicação ou movimento de parte dos bancos para que este tipo de empréstimo deixe de ser oferecido de forma definitiva. Na opinião dos mesmos, o que aconteceu não deixa de ser uma reação apressada e contenciosa de parte dos bancos com medo deles terem um grande prejuízo com as quedas dos juros.
Mas, a tendencia é de que os bancos voltem a oferecer o crédito em breve para aposentados e pensionistas.
O que muda para quem já possui um contrato de empréstimo consignado?
Para aqueles aposentados que já possuem um contrato válido de empréstimo consignado, ou seja, para aqueles que já conseguiram tirar este dinheiro e que já estão tendo os valores das parcelas sendo descontados da sua folha de pagamento, nada muda com essa decisão, uma vez que a redução dos juros vale apenas para os novos contratos.
Uma dificuldade que os clientes podem encontrar enquanto a suspensão durar é com relação a um procedimento muito comum, que era o de renovação do empréstimo, quando o aposentado ou pensionista conseguia mais uma determinada quantidade de dinheiro se comprometendo a pagar as parcelas por mais tempo. Como essa operação é considerada como um novo contrato, também foi suspensa pelos bancos citados.