Agregador financeiro: Entenda os novos aplicativos de contas bancárias que chegarão em breve
Sistema do Banco Central vai permitir com que clientes concentrem diferentes contas em um mesmo aplicativo.
Em breve os clientes não vão mais precisar ter que entrar em diferentes aplicativos para conferir os dados das suas diferentes contas bancárias ou os valores das faturas e os limites dos diferentes cartões de crédito. Todos estes dados estarão concentrados em um único “superaplicativo”, que também está sendo chamado através do conceito de agregador financeiro, termo que deve começar a surgir com mais frequência na vida das pessoas com o passar do tempo, como aconteceu com o Pix.
O projeto está em desenvolvimento pelo Banco Central em parceria com as instituições financeiras e faz parte de um projeto maior, que é o Open banking. De acordo com as informações que foram divulgadas recentemente pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a expectativa do Banco Central é que estes aplicativos estejam disponíveis para os usuários dentro de cerca de um ano e meio.
Os agregadores financeiros terão como principal objetivo concentrar todo o fluxo financeiro consolidado dos clientes, nos mais variados bancos, em uma mesma ferramenta digital. O conceito é semelhante ao de aplicativos e softwares de empresas, que fornecem as informações detalhadas das finanças da companhia buscando informações de diferentes fontes.
Este tipo de operação só é possível diante do andamento do projeto maior de open banking, que é uma grande plataforma tecnológica desenvolvida pelo Banco Cental e que permite aos bancos compartilharem os dados entre si dos clientes, como históricos de transações, informações sobre linhas de crédito, etc. Com essas medidas, o Banco Central quer promover um aumento da concorrência entre os bancos, fazendo com que eles consigam ofertar condições melhores de juros.
Dentre as principais funcionalidades que estão sendo esperadas dentro dos agregadores financeiros estão:
- Escolher de qual banco retirar recursos ao fazer um pagamento por meio do PIX;
- Se quiser pegar crédito, o aplicativo mostrará a taxa de juros que cada banco oferece para a operação;
- Conversão de moeda física para moeda digital, e vice-versa, entre o mesmo banco, ou diferentes instituições financeiras;
- Realização de investimentos, possibilitando uma maior competição sobre as taxas de retorno;
- Se tiver ações de empresas em um banco, outras instituições financeiras vão saber e poderão oferecer um custo de 'custódia' (manutenção) mais barato;
- Bancos vão começar a competir pelos serviços ofertados, como crédito, por exemplo, pois saberão as taxas que outros cobram. E será possível fazer a "portabilidade do crédito".
- Unificar o fluxo financeiro de débitos e créditos em uma única ferramenta.
PicPay já oferece ferramenta agregadora
Mesmo que o Banco Central ainda esteja desenvolvendo todo o sistema que vai permitir essa integração das contas, com algumas funcionalidades que já haviam sido divulgadas anteriormente os clientes já podem acabar tendo um gostinho do que estar por vir, através a iniciativa de algumas empresas.
O PicPay, por exemplo, já conta com um recurso de agregador disponível dentro do seu aplicativo de carteira digital que foi chamado de “a conta das contas”. Basicamente é uma área que mostra informações das contas abertas pelos clientes em outras instituições financeiras, a partir da prévia autorização.
Mais do que apenas mostrar as informações das contas, como o saldo que está disponível em cada uma delas, o PicPay confirma que uma série de outros recursos dentro da ideia de agregador também serão disponibilizados. Os usuários poderão realizar diferentes transações dentro deste ambiente digital, bem como fazer pagamentos e contratar produtos que estejam sendo oferecidos pelos outros bancos, mas dentro da plataforma do PicPay.
Entenda o que é o Open Finance
De uma forma geral, o Open Finance é um sistema que permite o compartilhamento voluntário de dados empresariais, bancários, financeiros e comerciais de uma determinada pessoa. O conceito, de uma forma geral, também se aplica ao empreendedor ou a pessoa física, através de uma plataforma apropriada para uma comunidade restrita.
Neste ambiente de compartilhamento é possível tanto envolver informações de serviços bancários tradicionais como também de produtos financeiros, como câmbios, uros, previdência e investimentos. Além de bancos, corretoras de valores, seguradoras, plataformas de investimento e fundos de previdência e pensão podem participar do ecossistema, sendo regulados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo BC.