CNI critica aumento da taxa Selic: Impactos na economia e perspectivas para 2025

Entenda por que a Confederação Nacional da Indústria considera injustificado o aumento da taxa Selic para 13,25% e como essa decisão pode afetar empresas, consumidores e o cenário econômico brasileiro

Publicado em 30/01/2025 por Rodrigo Duarte.

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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manifestou forte oposição à recente decisão do Banco Central de elevar a taxa Selic em um ponto percentual, alcançando 13,25% ao ano. Esta medida, anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), foi classificada como 'injustificada' pela entidade, que representa o setor industrial brasileiro. A decisão reacende o debate sobre a eficácia da política monetária atual e seus impactos no desenvolvimento econômico do país.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, expressou preocupação com a abordagem do Banco Central, argumentando que a instituição está realizando uma análise equivocada dos principais indicadores econômicos, especialmente no que se refere ao quadro fiscal e à desaceleração da atividade econômica nacional. Esta postura crítica reflete um crescente descontentamento do setor produtivo com a política de juros altos mantida pela autoridade monetária.

CNI critica aumento da taxa Selic: Impactos na economia e perspectivas para 2025
Créditos: Divulgação

O impacto dos juros elevados na economia brasileira

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A elevação da taxa básica de juros tem consequências diretas e significativas para diversos setores da economia. Para as empresas, significa um aumento nos custos de financiamento e capital de giro, podendo resultar em redução de investimentos e desaceleração da produção. Para os consumidores, implica em crédito mais caro e menor poder de compra, afetando diretamente o consumo e, consequentemente, a atividade econômica como um todo.

A CNI argumenta que esta política de juros elevados está enraizada em uma cultura histórica do Brasil, que tradicionalmente mantém taxas de juros reais entre as mais altas do mundo. Esta prática, segundo a entidade, tem prejudicado o desenvolvimento econômico sustentável do país e limitado o potencial de crescimento dos diversos setores produtivos.

Perspectivas fiscais e cumprimento das metas econômicas

Um ponto crucial levantado pela CNI refere-se às projeções fiscais para os próximos anos. A entidade destaca que a meta de resultado primário para 2025 será cumprida, considerando sua banda inferior, e as estimativas indicam que o mesmo deve ocorrer em 2026. Este cenário positivo dependeria de um contingenciamento relativamente modesto de R$ 4,2 bilhões, considerando o limite inferior da meta estabelecida.

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A aprovação do pacote fiscal pelo governo, com possibilidade de ampliação ainda este ano, é outro elemento que, segundo a CNI, não foi adequadamente considerado na decisão do Copom. Esta medida representa um importante passo para o equilíbrio das contas públicas e deveria ser levada em conta na formulação da política monetária.

Alternativas à política monetária atual

A CNI critica a aparente fixação do Banco Central em utilizar exclusivamente a elevação dos juros como ferramenta de controle inflacionário. A entidade sugere que existem outras abordagens possíveis para o gerenciamento da política monetária, que poderiam ser mais efetivas e menos prejudiciais ao crescimento econômico.

Entre as alternativas propostas, destacam-se medidas que visam estimular a produtividade e a competitividade da indústria nacional, além de reformas estruturais que possam contribuir para um ambiente econômico mais estável e propício ao desenvolvimento. A diversificação dos instrumentos de política monetária poderia proporcionar um controle inflacionário mais equilibrado e sustentável.

Consequências para o emprego e renda

Um dos aspectos mais preocupantes destacados pela CNI é o impacto negativo da elevação dos juros sobre o emprego e a renda da população. O aumento do custo do crédito afeta diretamente a capacidade de investimento das empresas, podendo resultar em redução de postos de trabalho e menor geração de renda.

Este cenário pode criar um ciclo negativo na economia, onde a redução do poder de compra dos consumidores leva a uma diminuição da demanda, que por sua vez afeta a produção industrial e o comércio, resultando em mais desemprego e menor renda disponível na economia.

Perspectivas e desafios para 2025

O cenário econômico para 2025 apresenta diversos desafios e incertezas. A CNI destaca a necessidade de uma política monetária mais equilibrada, que considere não apenas o controle da inflação, mas também o crescimento econômico e a geração de empregos. A entidade argumenta que o cumprimento das metas fiscais, combinado com reformas estruturais, poderia criar um ambiente mais favorável para a redução gradual dos juros.

A expectativa é que o debate sobre a condução da política monetária continue intenso ao longo do ano, com diferentes setores da economia manifestando suas preocupações e propostas para um desenvolvimento mais sustentável do país. O equilíbrio entre o controle inflacionário e o estímulo ao crescimento econômico permanece como um dos principais desafios para as autoridades monetárias brasileiras.

ESCRITO POR: Rodrigo Duarte - Jornalista formado pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), com especialização em Marketing Digital.