PIS/Pasep: Como recuperar valores esquecidos em apenas 3 passos

Descubra como acessar valores esquecidos do fundo PIS/Pasep através da nova plataforma REPIS Cidadão e garanta seu direito a recursos que podem estar esperando por você desde os anos 70 e 80.

Publicado em 13/03/2025 por Rodrigo Duarte.

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O governo federal lançou o REPIS Cidadão, uma plataforma digital inovadora que simplifica o acesso aos valores esquecidos do extinto Fundo PIS/Pasep. Esta iniciativa beneficia milhões de brasileiros que trabalharam com carteira assinada ou como servidores públicos entre 1971 e 1988 e ainda não retiraram suas cotas. Os primeiros pagamentos estão programados para o dia 28, conforme anunciado pelo Ministério da Fazenda.

O sistema funciona de maneira semelhante ao já conhecido Sistema de Valores a Receber do Banco Central, mas com foco específico nos recursos do PIS/Pasep. A plataforma foi desenvolvida para reduzir a burocracia que historicamente dificultou o acesso dos cidadãos a estes valores, alguns dos quais permanecem disponíveis há mais de três décadas. Herdeiros de trabalhadores falecidos também podem solicitar estes valores através do novo sistema.

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De acordo com estimativas oficiais, cerca de 10,5 milhões de trabalhadores ainda têm direito a recursos que somam aproximadamente R$ 24,6 bilhões. Este montante significativo permanecia esquecido devido à falta de conhecimento e às dificuldades no processo de solicitação, problemas que o REPIS Cidadão visa solucionar definitivamente.

PIS/Pasep: Como recuperar valores esquecidos em apenas 3 passos
Créditos: Redação

Quem Tem Direito aos Valores Esquecidos do PIS/Pasep?

Podem solicitar os valores pelo REPIS Cidadão todos os trabalhadores que estiveram no mercado formal ou atuaram como servidores públicos entre 1971 e 1988 e que ainda não realizaram o saque de suas cotas. É importante ressaltar que este benefício não está relacionado ao abono salarial do PIS/Pasep atual, que é pago anualmente a trabalhadores de baixa renda com base no ano-calendário anterior.

Para os casos em que o titular original faleceu, os herdeiros legais têm direito a solicitar os valores. Esta possibilidade representa um alívio financeiro para muitas famílias que desconheciam a existência destes recursos ou encontravam dificuldades para acessá-los pelos métodos anteriores. A simplificação do processo é um avanço significativo para garantir que estes direitos não permaneçam indefinidamente esquecidos.

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O acesso à plataforma requer uma conta no Portal Gov.br com nível de segurança prata ou ouro, uma medida para garantir a segurança das informações e prevenir fraudes. Alternativamente, a consulta também pode ser realizada através do Aplicativo FGTS, desenvolvido pela Caixa Econômica Federal, que incorporou funcionalidades específicas para a gestão destes recursos.

Como Consultar e Solicitar os Valores pelo REPIS Cidadão

O processo de consulta e solicitação foi simplificado para maximizar o acesso dos cidadãos aos seus direitos. Para iniciar o procedimento, o interessado deve acessar a plataforma REPIS Cidadão através do Portal Gov.br ou do aplicativo FGTS. Após o login, o sistema informará automaticamente se existem valores disponíveis para saque e orientará sobre os próximos passos.

Caso seja confirmada a existência de recursos, o cidadão poderá solicitar a transferência diretamente para uma conta bancária de sua titularidade. O sistema permite o cadastramento bancário de forma digital, eliminando a necessidade de deslocamento até agências físicas. Esta modernização representa uma economia significativa de tempo e recursos para os beneficiários.

Para os titulares originais, o processo é ainda mais simplificado, exigindo apenas a confirmação de identidade através da plataforma. Já para herdeiros, o sistema oferece orientações específicas e solicita documentação complementar para comprovação da condição de beneficiário legal, garantindo a segurança jurídica do processo.

  • Acesse o portal Gov.br ou o aplicativo FGTS
  • Verifique a existência de valores disponíveis
  • Solicite a transferência para sua conta bancária
  • Acompanhe o status da solicitação pela plataforma

Documentação Necessária para Titulares e Herdeiros

Para titulares originais, a documentação necessária é simples: basta apresentar um documento oficial com foto para confirmação de identidade, processo que pode ser realizado digitalmente através da plataforma Gov.br com nível prata ou ouro. Esta simplificação visa facilitar o acesso dos cidadãos aos seus direitos sem impor barreiras burocráticas desnecessárias.

Já para herdeiros, a documentação exigida é mais específica. Além do documento de identificação pessoal, é necessário apresentar a certidão PIS/Pasep/FGTS ou uma carta de concessão de pensão por morte previdenciária, acompanhada da relação de beneficiários emitida pela Previdência Social. O sistema aceita alternativas como:

Tipo de Documento Descrição
Declaração de dependentes Emitida pelo órgão pagador do benefício previdenciário
Autorização judicial Documento emitido pelo Poder Judiciário reconhecendo o direito ao saque
Escritura pública Assinada por todos os dependentes e sucessores, se capazes e concordantes

Na escritura pública, é essencial confirmar a autorização para o saque e declarar a inexistência de outros dependentes ou sucessores conhecidos. Esta medida visa garantir a segurança jurídica do processo e evitar contestações futuras. Todas estas opções foram implementadas para facilitar o acesso dos herdeiros aos recursos, mesmo em situações complexas.

Histórico do Fundo PIS/Pasep e Sua Evolução Até o REPIS

O Fundo PIS/Pasep foi criado em 1975, resultante da unificação dos programas PIS (Programa de Integração Social) e Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público). Este fundo operou ativamente até 1988, quando a Constituição Federal redirecionou os recursos para outras finalidades sociais. Desde 1989, o fundo não recebeu novos depósitos, mas manteve os valores acumulados dos trabalhadores que não realizaram os saques.

Em maio de 2020, ocorreu uma mudança significativa: o fundo foi oficialmente extinto e os valores remanescentes foram transferidos para o FGTS. Posteriormente, em agosto de 2023, os recursos ainda não sacados foram transferidos ao Tesouro Nacional para reforçar as contas públicas, conforme determinou a Emenda Constitucional da Transição. Este movimento gerou preocupações sobre o acesso dos cidadãos aos seus direitos.

A criação do REPIS Cidadão surge como resposta a estas preocupações, representando um compromisso do governo com a garantia dos direitos dos trabalhadores e seus herdeiros. Uma portaria específica do Ministério da Fazenda estabeleceu prazos rigorosos para a implementação do sistema, culminando com o início dos pagamentos pela Caixa Econômica Federal após a conclusão da plataforma tecnológica.

Impactos Econômicos e Sociais da Liberação dos Recursos

A liberação destes recursos representa não apenas a garantia de direitos individuais, mas também um potencial estímulo à economia. Com aproximadamente R$ 24,6 bilhões disponíveis para saque, a injeção destes valores no mercado pode gerar efeitos positivos no consumo e, consequentemente, na produção e geração de empregos. Especialistas estimam que cada real liberado pode gerar um impacto multiplicador na economia.

Para muitas famílias, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade econômica, o acesso a estes recursos pode representar uma oportunidade de quitação de dívidas, realização de pequenos investimentos ou melhoria das condições de vida. O impacto social da medida é potencializado pela simplificação do processo, que democratiza o acesso aos direitos independentemente da localização geográfica ou do nível de conhecimento técnico do cidadão.

A iniciativa também reforça a importância da digitalização dos serviços públicos como ferramenta de inclusão e eficiência. Ao facilitar o acesso a direitos anteriormente dificultados por barreiras burocráticas, o REPIS Cidadão estabelece um precedente positivo para outras áreas da administração pública, demonstrando como a tecnologia pode ser utilizada para aproximar o Estado do cidadão e garantir o exercício pleno da cidadania.

ESCRITO POR: Rodrigo Duarte - Jornalista formado pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), com especialização em Marketing Digital.