Quem pede dinheiro com agiota comete crime? Conheça os riscos.
Muitas pessoas recorrem a este recurso sem entenderem bem o que estão fazendo.
Precisar de dinheiro rápido não é algo que acontece apenas com determinados tipos de pessoas. Na verdade, a vida acaba reservando uma série de surpresas para as pessoas, e muitas situações nas quais nem todo mundo consegue se preparar. Por isso, a necessidade pode acabar se abatendo sobre a grande maioria da população, sendo que são poucos, quando pensamos em quantidade de pessoas no planeta, que podem afirmar com certeza que nunca terão problemas financeiros.
E nem sempre essas pessoas conseguem o dinheiro que elas precisam utilizando os meios corretos e tradicionais, que em nosso sistema seria o trabalho. A população e desempregado é grande, e com isso essas pessoas muitas vezes acabam não tendo o dinheiro necessário nem mesmo para conseguir sobreviver.
Diante disso, o nosso sistema social acaba impondo ainda mais dificuldades, já que as instituições financeiras não costumam oferecer crédito para quem não consegue oferecer garantia de que vai pagar a conta. E, a partir do momento que o cidadão acaba tendo o seu nome negativado, o acesso ao crédito se torna ainda mais complicado.
Situações como essa muitas vezes exigem que as pessoas tomem atitudes consideradas como desesperadas. E uma delas é a tomada de empréstimo com outras pessoas que não sejam aquelas do seu círculo de amizade ou familiar, em troca do pagamento de parcelas que podem acabar ficando bem caras, os conhecidos agiotas.
Entenda o que é um agiota
Basicamente um agiota é uma pessoa que oferece empréstimos financeiros sem ter a devida autorização do Banco Central para fazer este tipo de atividade. A entidade é que regular todas as atividades financeiras no país, portanto todas as empresas que lidam com dinheiro devem ter as devidas autorizações.
Na prática, a pessoa que faz isso não está cometendo um crime se não visar o lucro com este tipo de operação. Mas, a partir do momento em que esta pessoa está fazendo isso como um negócio, visando o lucro, ela já está cometendo uma série de crimes fiscais. Mas o principal problema é o perfil das pessoas que geralmente promovem essa atividade.
Um agiota é, na grande maioria dos casos, alguém que comete outras atividades criminosas e acabam se utilizando desta forma para ganhar lucros a partir de um dinheiro que não pode aparecer nos canais oficiais, como bancos e instituições financeiras, para não despertar suspeita. Além disso, os agiotas também costumam fazer a cobrança de uma forma violenta, já que sua única garantia de recebimento é realmente colocar medo na pessoa que está pedindo o dinheiro.
Os agiotas também não costumam seguir regras, portanto eles podem cobrar a taxa de juros que achar mais conveniente, muitas vezes maior do que aquela que foi combinada no início da transação.
Mas quem pega dinheiro também comete crime?
Se o agiota normalmente acaba sendo uma pessoa que comete crimes, a pessoa que toma o dinheiro também está cometendo um crime? Do ponto de vista legal, existem divergências sobre o assunto, mas suficiente para fazer com que esta parte também possa ter complicações.
A prática se tornou tão popular no Brasil que foi criada uma lei específica sobre o crime de agiotagem, com especificações detalhadas sobre como as atitudes que essas pessoas tomam e que podem ser consideradas como crimes. Por outro lado, ela não tipifica a pessoa que toma o dinheiro emprestado como uma criminosa.
Na prática, as pessoas que sofrem com as ameaças e perseguições que normalmente os agiotas fazem para conseguir o seu dinheiro de volta podem acabar sendo enquadradas como vítimas do crime de agiotagem.
Mas existem casos em que as pessoas podem acabar se envolvendo. Por exemplo, nas situações em que as pessoas acabam sendo enquadradas como receptoras de um dinheiro que tem origem ilegal. Essa pode ser uma forma de complicar a vida, legalmente falando, de quem está tomando o crédito, uma vez que não existem contratos e outras formas de provar que se trata de um pedido de empréstimo e não de um laranja, por exemplo.
Por isso, é sempre importante lembrar que pedir dinheiro desta forma é muito perigoso e acarreta em uma série de riscos.