Renda média do brasileiro sobre 6,9% em 2022

Auxílio Brasil maior foi um dos principais fatores do aumento dos rendimentos.

Publicado em 11/05/2023 por Rodrigo Duarte.

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De acordo com os dados que foram divulgados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua 2022, do IBGE, os brasileiros tiveram um aumento médio na sua receita doméstica de 6,9% ao longo do ano de 2022. De acordo com o levantamento, boa parte deste aumento se deve ao Auxílio Brasil de R$ 600 que foi ofertado em durante os meses que antecederam as eleições, bem como o salto de beneficiários para 21,6 milhões.

Renda média do brasileiro sobre 6,9% em 2022

Os dados revelam que durante o ano de 2022, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita (por habitante) chegou a R$ 1.586. No ano de 2021, o valor foi de R$ 1.484, considerado como o menor da série histórica que foi iniciada no ano de 2012.

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O aumento acabou sendo puxado especialmente pelos programas sociais que foram disponibilizados ao longo do ano. A participação dos programas de transferência de renda e outros rendimentos na renda média mensal per capita passou de R$ 4% em 2021 para 4,6% em 2022, o que foi considerado como o maior crescimento entre as diferentes fontes de recursos das famílias.

Rendas que não são do trabalho

A pesquisa mostra que durante o período aconteceu um aumento nas rendas que chegaram nos bolsos dos brasileiros que não eram advindas do trabalho. O valor médio mensal desse segmento aumentou 12,1% — foi de R$ 1.478 em 2021 para R$ 1.657 em 2022. Isso inclui programas de transferência de renda, aposentadoria, pensões, aluguel e outros. Sozinho, o valor recebido na linha de outros rendimentos (que inclui o Auxílio Brasil) subiu 44,8% entre 2021 e 2022 —foi de R$ 562 para R$ 814.

A transferência de renda por programas sociais também aumentou consideravelmente, mesmo com menos pessoas recebendo o dinheiro. Em 2021, a proporção de pessoas que recebia algo na linha de outros rendimentos era de 10,6%. Em 2022, foi a 8,9%. Isso porque em 2021 o auxílio emergencial ainda estava em vigor, com um número maior de beneficiários do que o Auxílio Brasil.

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Mas, além das ações do governo que acabaram injetando dinheiro diretamente nos bolsos dos brasileiros, a melhora do desempenho do mercado de uma forma geral, na esteira da recuperação pós-pandemia. De 2021 para 2022, 7,7 milhões passaram a ter uma ocupação, e portanto alguma renda proveniente do trabalho. No entanto, a participação do trabalho na renda média mensal domiciliar per capita caiu. Era 74,4% em 2019, foi a 75,3% em 2021 e caiu para 74,5% em 2022.

Ocupação aumentou, renda diminuiu

As pesquisas também demonstram que a população ocupada chegou ao seu maior número de toda série histórica. Os dados demonstram que alta de 8,8% e passou de 87,5 milhões para 95,2 milhões de pessoas, o maior número da série histórica. Com isso, a massa da renda de trabalho subiu 7,7% — foi de R$ 315,9 bilhões em 2021 para R$ 339,6 bilhões em 2022.

Mas, mesmo que a quantidade de pessoas trabalhando tenha aumentado consideravelmente, a renda do brasileiro caiu. Os dados demonstram que o rendimento médio mensal real ficou em R$ 2.659 em 2022, queda de 2,1% em relação a 2021. De 2020 para 2021 também houve queda, de 6,3%. Segundo o IBGE, isso se deve à entrada no mercado de trabalho de pessoas com menor remuneração.

Desigualdade diminuiu, mas segue enorme

Houve também uma redução no Índice do Gini, que é um indicador criado que tem como principal objetivo medir a desigualdade de renda entre a população, cujo dado final vai de 0 a 1, sendo que quanto mais baixo, menor a desigualdade. A pesquisa demonstra que o índice caiu de 0,544 em 2021 para 0,518 em 2022, o menor valor da série histórica.

De uma forma geral, a queda acaba sendo explicada pela melhoria do mercado de trabalho de uma forma geral. O IBGE afirma que o aumento da ocupação do ano passado “parece ter incorporado trabalhadores com rendimentos menos desiguais”. O índice acabou sendo também impactado pelo aumento do Auxílio Brasil.

Mesmo assim, a desigualdade segue enorme. O rendimento do 1% mais rico do país (com renda média mensal real domiciliar per capita de R$ 17.447) foi em média 32,5 vezes o rendimento dos 50% com menor rendimento (cuja renda média foi de R$ 537).

ESCRITO POR: Rodrigo Duarte - Jornalista formado pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), com especialização em Marketing Digital.