8 Empresas brasileiras que aumentaram consistentemente seus proventos nos últimos 5 anos
Descubra quais empresas da B3 têm histórico de crescimento contínuo na distribuição de dividendos, mesmo em cenários econômicos desafiadores, e como elas podem fortalecer sua estratégia de renda passiva.
Para investidores que buscam construir uma fonte consistente de renda passiva, identificar empresas com histórico de crescimento na distribuição de dividendos é fundamental. Um levantamento recente realizado pela Plataforma AGF em parceria com a consultoria Elos Ayta revelou um grupo seleto de apenas oito companhias brasileiras que conseguiram aumentar seus proventos de forma consistente nos últimos cinco anos, mesmo diante das turbulências econômicas que afetaram o mercado nacional.

As 8 Campeãs de Dividendos da B3
Entre aproximadamente 400 empresas analisadas na bolsa brasileira, somente oito atenderam aos rigorosos critérios estabelecidos pela pesquisa. O Banco do Brasil (BBAS3) liderou o ranking com impressionante mediana de 9,60% de Dividend Yield (DY) ajustado pelo IPCA em 12 meses, considerando o período dos últimos cinco anos. Este desempenho coloca a instituição financeira estatal em posição privilegiada para investidores focados em dividendos.
Logo após o BB, destacam-se a Tegma (TGMA3), empresa de logística que apresentou DY mediano de 8,03%, e a CSU Digital (CSUD3), com 5,56%. Completam a lista exclusiva outras cinco companhias de setores variados: BTG Pactual (BPAC11), Localiza (RENT3), Schulz (SHUL4), TIM (TIMS3) e WEG (WEGE3).
Vale ressaltar que estas empresas não apenas mantiveram, mas aumentaram anualmente seus dividendos, tanto em valores nominais quanto ajustados pela inflação, demonstrando solidez financeira mesmo em períodos desafiadores para a economia brasileira.
Metodologia Inspirada nas Dividend Aristocrats
O estudo utilizou uma adaptação da metodologia das Dividend Aristocrats do S&P 500, índice americano que reúne empresas que aumentaram seus dividendos por pelo menos 25 anos consecutivos. Considerando a realidade do mercado brasileiro, significativamente mais jovem, os critérios foram ajustados para:
- Crescimento anual dos proventos nos últimos cinco anos (tanto nominais quanto ajustados pela inflação)
- Liquidez mínima com média diária de negociações acima de R$ 2 milhões
- Consistência nos pagamentos, mesmo em períodos de instabilidade econômica
Esta adaptação permite identificar as empresas brasileiras que mais se aproximam do conceito de aristocratas de dividendos, mesmo em um mercado com histórico mais curto de distribuição consistente de proventos.
Além dos Dividendos: Valorização das Ações
Um aspecto notável do estudo é que, além da distribuição crescente de dividendos, sete das oito empresas também registraram ganhos de capital no período analisado. Isso significa que, além de remunerar seus acionistas com proventos, estas companhias também proporcionaram valorização das ações, potencializando o retorno total do investimento.
Considerando o reinvestimento dos dividendos recebidos, todas as empresas da lista – com exceção da Localiza – superaram o desempenho acumulado do Ibovespa nos últimos cinco anos. Mais impressionante ainda, quatro delas (WEG, Schulz, CSU Digital e BTG Pactual) apresentaram retornos superiores à variação de 50,32% do CDI no período.
Este dado é particularmente relevante para investidores de longo prazo, pois demonstra que a estratégia de selecionar empresas com dividendos crescentes pode proporcionar resultados superiores aos principais benchmarks do mercado brasileiro.
O Caso de Destaque: Banco do Brasil
O Banco do Brasil merece uma análise mais detalhada por seu desempenho excepcional. Com DY mediano de 9,60% ajustado pela inflação, a instituição tem se destacado por sua generosa política de distribuição de resultados. Nos últimos anos, o banco estatal conseguiu equilibrar investimentos em tecnologia e expansão com uma robusta remuneração aos acionistas.
A instituição tem se beneficiado de uma gestão financeira eficiente e da melhoria constante em seus indicadores operacionais. Mesmo enfrentando a concorrência crescente de fintechs e bancos digitais, o BB manteve sua capacidade de geração de caixa e, consequentemente, de distribuição de proventos.
Para 2025, analistas projetam que o Banco do Brasil deve manter sua política de dividendos generosos, especialmente considerando o cenário de estabilização da taxa Selic e potencial crescimento econômico.
Como Incorporar Estas Ações em Sua Estratégia de Investimentos
Para investidores que buscam construir uma carteira focada em dividendos crescentes, estas oito empresas representam um ponto de partida sólido. No entanto, é importante considerar alguns aspectos antes de investir:
- Diversificação setorial: mesmo dentro deste grupo seleto, busque distribuir seus investimentos entre diferentes setores da economia
- Análise fundamentalista: verifique indicadores como payout ratio, ROE e nível de endividamento para confirmar a sustentabilidade dos dividendos
- Perspectivas futuras: avalie se o modelo de negócios da empresa continua competitivo e com potencial de crescimento
- Tributação: lembre-se que dividendos são isentos de imposto de renda, enquanto juros sobre capital próprio (JCP) sofrem retenção de 15% na fonte
Uma estratégia equilibrada pode incluir a alocação de parte do portfólio nestas empresas com histórico comprovado de dividendos crescentes, complementada por outros ativos com diferentes características de risco e retorno.
Empresa | Ticker | DY Mediano (5 anos) | Setor |
---|---|---|---|
Banco do Brasil | BBAS3 | 9,60% | Financeiro |
Tegma | TGMA3 | 8,03% | Logística |
CSU Digital | CSUD3 | 5,56% | Tecnologia |
BTG Pactual | BPAC11 | 4,98%* | Financeiro |
Localiza | RENT3 | 4,75%* | Locação de Veículos |
Schulz | SHUL4 | 4,52%* | Bens de Capital |
TIM | TIMS3 | 4,30%* | Telecomunicações |
WEG | WEGE3 | 3,95%* | Bens de Capital |
*Valores aproximados com base no estudo