Tesouro Selic 2028 e 2031: Veja como escolher o melhor título em tempos de alta de juros
Descubra as diferenças entre os novos títulos Tesouro Selic 2028 e 2031, entenda como a marcação a mercado afeta seus investimentos e saiba qual opção escolher conforme seus objetivos financeiros.
O Tesouro Nacional ampliou recentemente o leque de opções disponíveis no Tesouro Direto com o lançamento dos novos títulos Tesouro Selic 2028 e 2031. A inclusão desses papéis ocorre em um momento estratégico, com a taxa básica de juros em 13,25% ao ano e previsões de alta para os próximos meses. Essas novas alternativas representam oportunidades para investidores com objetivos de médio e longo prazo.
Além dos novos títulos atrelados à Selic, houve também o alongamento dos prazos do Tesouro Prefixado e do Tesouro IPCA+, agora com vencimentos para 2028 e 2032. Todas essas mudanças fazem parte da estratégia do governo para gerenciar a dívida pública e oferecer mais opções aos investidores, mas também trazem dúvidas sobre qual título escolher para cada perfil e objetivo.
Para quem está considerando esses investimentos, é fundamental entender como a marcação a mercado pode influenciar os retornos, especialmente se houver necessidade de resgate antes do vencimento. Especialistas recomendam avaliar cuidadosamente o prazo do investimento e os objetivos financeiros antes de tomar uma decisão.

Tesouro Selic 2028 vs 2031: Entendendo as Principais Diferenças
A diferença mais evidente entre o Tesouro Selic 2028 e o Tesouro Selic 2031 está no prazo de vencimento, mas isso implica em considerações importantes para o investidor. O Tesouro Selic 2028 é mais adequado para quem busca investimentos de médio prazo e deseja menor exposição às oscilações de mercado, tornando-o uma opção interessante para objetivos financeiros com horizonte de 3 a 4 anos.
Por outro lado, o Tesouro Selic 2031 pode ser mais vantajoso para investidores com objetivos de longo prazo que pretendem manter o título até o vencimento. "Se o investidor ficar na dúvida, pode escolher o Tesouro Selic mais longo para se beneficiar da menor tributação ao longo do tempo", explica Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP® e especialista em investimentos.
Outra consideração importante é o impacto da marcação a mercado. O Tesouro Selic 2028 apresenta menor risco nesse aspecto, sendo mais indicado para reserva de emergência e objetivos de curto e médio prazo. Já o Tesouro Selic 2031 pode oferecer maior rentabilidade com o tempo, mas está sujeito a oscilações maiores caso seja necessário resgatar antes do vencimento.
A escolha entre os dois títulos também deve levar em conta o planejamento tributário. A alíquota do Imposto de Renda diminui conforme o tempo de aplicação, chegando a 15% para investimentos mantidos por mais de dois anos, o que pode tornar o título com vencimento em 2031 mais atrativo para estratégias de longo prazo.
Impacto da Marcação a Mercado nos Novos Títulos
A marcação a mercado é um conceito essencial para quem investe em títulos públicos e representa um dos principais riscos para quem precisa resgatar antes do vencimento. Esse mecanismo ajusta diariamente o valor dos títulos conforme as condições de mercado, especialmente as variações nas taxas de juros futuras.
No caso do Tesouro Selic, esse risco é relativamente menor comparado a outros títulos, como os prefixados ou os atrelados à inflação. No entanto, mesmo o Tesouro Selic não está totalmente imune a oscilações. "O Tesouro Selic 2028 tem menor risco de marcação a mercado, sendo ideal para reserva de emergência e objetivos de curto prazo", explica Josias Bento, especialista em investimentos e sócio da GT Capital.
Já o Tesouro Selic 2031, por ter prazo mais longo, pode apresentar maior volatilidade no curto prazo. Isso significa que, caso o investidor precise resgatar o título antes do vencimento, poderá estar sujeito a variações maiores no valor investido. Por isso, é recomendável que esse título seja utilizado para objetivos de longo prazo, quando há maior certeza de que o investimento será mantido até o vencimento.
- Tesouro Selic 2028: Menor risco de marcação a mercado, ideal para médio prazo
- Tesouro Selic 2031: Potencial de maior rentabilidade no longo prazo, mas com maior volatilidade
- Ambos seguem a variação da taxa Selic + uma taxa fixa definida no momento da compra
O Cenário dos Títulos Prefixados em Tempos de Alta da Selic
Além das novas opções de Tesouro Selic, o governo também alongou os prazos do Tesouro Prefixado, agora com vencimentos para 2028 e 2032. Contudo, com a Selic em patamar elevado e tendência de alta, esses títulos merecem atenção especial dos investidores. O próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) está previsto para março, com expectativa de elevação da taxa básica, que pode superar 15% ao ano em 2025.
Quando há tendência de alta nos juros, novos títulos prefixados tendem a ser emitidos com taxas mais atrativas, o que pode desvalorizar os títulos adquiridos anteriormente caso o investidor precise vendê-los no mercado secundário. Este cenário representa um risco maior para quem não tem certeza se conseguirá manter o investimento até o vencimento.
Por outro lado, para quem busca previsibilidade e tem prazos bem definidos, os títulos prefixados podem ser interessantes. "Eles podem ser apropriados para diversificação e para objetivos com prazos estabelecidos, como a compra de um imóvel ou uma viagem planejada para daqui a alguns anos", destaca Josias Bento. A chave está em alinhar o prazo do título com o horizonte do objetivo financeiro.
Tipo de Título | Vencimentos | Perfil Recomendado |
---|---|---|
Tesouro Selic | 2028 e 2031 | Investidores conservadores que buscam proteção contra alta de juros |
Tesouro Prefixado | 2028 e 2032 | Investidores com objetivos de prazo definido que desejam previsibilidade |
Tesouro IPCA+ | Prazos alongados | Investidores que buscam proteção contra inflação no longo prazo |
Estratégias de Diversificação com os Novos Títulos
A inclusão de novos prazos no Tesouro Direto oferece oportunidades para uma diversificação mais eficiente de portfólio. Uma estratégia recomendada por especialistas é a escada de vencimentos (laddering), que consiste em distribuir os investimentos em títulos com diferentes prazos de vencimento. Com o Tesouro Selic 2028 e 2031, essa estratégia se torna ainda mais viável.
A vantagem dessa abordagem é a combinação de liquidez com rentabilidade. Ao escalonar os vencimentos, o investidor pode aproveitar eventuais altas nas taxas de juros para reinvestir o dinheiro dos títulos que vencem primeiro, enquanto mantém parte dos recursos aplicados em títulos mais longos, que geralmente oferecem rentabilidades maiores.
Para aplicar essa estratégia com os novos títulos disponíveis, é possível, por exemplo, dividir os investimentos entre o Tesouro Selic 2028 e 2031, considerando também outras opções como o Tesouro Prefixado 2032 ou Tesouro IPCA+. Essa diversificação ajuda a reduzir o impacto da marcação a mercado no portfólio como um todo.
- Defina seus objetivos financeiros e seus respectivos prazos
- Distribua seus investimentos em títulos com vencimentos compatíveis
- Considere manter parte em títulos Selic para maior liquidez
- Reavalie periodicamente sua estratégia conforme mudanças nas condições de mercado
A renovação do portfólio do Tesouro Direto com novos vencimentos como o Tesouro Selic 2028 e 2031 faz parte da estratégia governamental para gerenciar a dívida pública. Essa atualização acontece periodicamente para ajustar a oferta conforme as condições do mercado e as necessidades de financiamento do governo.
Os vencimentos mudam porque há títulos antigos que estão expirando e a dívida precisa ser refinanciada. Além disso, o governo ajusta a oferta de prazos como estratégia de financiamento e de acordo com a demanda dos investidores. Para quem já possui títulos que foram retirados da "vitrine", nada muda: é possível mantê-los e resgatá-los normalmente, seja no vencimento ou antes, pelo valor de mercado.
Com a expectativa de que a taxa Selic supere o patamar de 15% ao ano, os títulos atrelados à taxa básica ganham ainda mais relevância no cenário de investimentos. O contexto macroeconômico atual, com pressões inflacionárias e ajustes fiscais, tende a manter os juros elevados no médio prazo, o que pode beneficiar os detentores desses papéis.
Para os investidores, a recomendação é acompanhar de perto as decisões do Copom e as perspectivas para a economia brasileira, ajustando as estratégias de investimento conforme necessário. O planejamento financeiro continua sendo a chave para aproveitar as oportunidades oferecidas pelos novos títulos do Tesouro Direto, sempre considerando objetivos pessoais, horizonte de tempo e tolerância a risco.