Tesouro Selic 2028 e 2031: Veja como escolher o melhor título em tempos de alta de juros

Descubra as diferenças entre os novos títulos Tesouro Selic 2028 e 2031, entenda como a marcação a mercado afeta seus investimentos e saiba qual opção escolher conforme seus objetivos financeiros.

Publicado em 01/03/2025 por Rodrigo Duarte.

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O Tesouro Nacional ampliou recentemente o leque de opções disponíveis no Tesouro Direto com o lançamento dos novos títulos Tesouro Selic 2028 e 2031. A inclusão desses papéis ocorre em um momento estratégico, com a taxa básica de juros em 13,25% ao ano e previsões de alta para os próximos meses. Essas novas alternativas representam oportunidades para investidores com objetivos de médio e longo prazo.

Além dos novos títulos atrelados à Selic, houve também o alongamento dos prazos do Tesouro Prefixado e do Tesouro IPCA+, agora com vencimentos para 2028 e 2032. Todas essas mudanças fazem parte da estratégia do governo para gerenciar a dívida pública e oferecer mais opções aos investidores, mas também trazem dúvidas sobre qual título escolher para cada perfil e objetivo.

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Para quem está considerando esses investimentos, é fundamental entender como a marcação a mercado pode influenciar os retornos, especialmente se houver necessidade de resgate antes do vencimento. Especialistas recomendam avaliar cuidadosamente o prazo do investimento e os objetivos financeiros antes de tomar uma decisão.

Tesouro Selic 2028 e 2031: Veja como escolher o melhor título em tempos de alta de juros
Créditos: Redação

Tesouro Selic 2028 vs 2031: Entendendo as Principais Diferenças

A diferença mais evidente entre o Tesouro Selic 2028 e o Tesouro Selic 2031 está no prazo de vencimento, mas isso implica em considerações importantes para o investidor. O Tesouro Selic 2028 é mais adequado para quem busca investimentos de médio prazo e deseja menor exposição às oscilações de mercado, tornando-o uma opção interessante para objetivos financeiros com horizonte de 3 a 4 anos.

Por outro lado, o Tesouro Selic 2031 pode ser mais vantajoso para investidores com objetivos de longo prazo que pretendem manter o título até o vencimento. "Se o investidor ficar na dúvida, pode escolher o Tesouro Selic mais longo para se beneficiar da menor tributação ao longo do tempo", explica Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP® e especialista em investimentos.

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Outra consideração importante é o impacto da marcação a mercado. O Tesouro Selic 2028 apresenta menor risco nesse aspecto, sendo mais indicado para reserva de emergência e objetivos de curto e médio prazo. Já o Tesouro Selic 2031 pode oferecer maior rentabilidade com o tempo, mas está sujeito a oscilações maiores caso seja necessário resgatar antes do vencimento.

A escolha entre os dois títulos também deve levar em conta o planejamento tributário. A alíquota do Imposto de Renda diminui conforme o tempo de aplicação, chegando a 15% para investimentos mantidos por mais de dois anos, o que pode tornar o título com vencimento em 2031 mais atrativo para estratégias de longo prazo.

Impacto da Marcação a Mercado nos Novos Títulos

A marcação a mercado é um conceito essencial para quem investe em títulos públicos e representa um dos principais riscos para quem precisa resgatar antes do vencimento. Esse mecanismo ajusta diariamente o valor dos títulos conforme as condições de mercado, especialmente as variações nas taxas de juros futuras.

No caso do Tesouro Selic, esse risco é relativamente menor comparado a outros títulos, como os prefixados ou os atrelados à inflação. No entanto, mesmo o Tesouro Selic não está totalmente imune a oscilações. "O Tesouro Selic 2028 tem menor risco de marcação a mercado, sendo ideal para reserva de emergência e objetivos de curto prazo", explica Josias Bento, especialista em investimentos e sócio da GT Capital.

Já o Tesouro Selic 2031, por ter prazo mais longo, pode apresentar maior volatilidade no curto prazo. Isso significa que, caso o investidor precise resgatar o título antes do vencimento, poderá estar sujeito a variações maiores no valor investido. Por isso, é recomendável que esse título seja utilizado para objetivos de longo prazo, quando há maior certeza de que o investimento será mantido até o vencimento.

  • Tesouro Selic 2028: Menor risco de marcação a mercado, ideal para médio prazo
  • Tesouro Selic 2031: Potencial de maior rentabilidade no longo prazo, mas com maior volatilidade
  • Ambos seguem a variação da taxa Selic + uma taxa fixa definida no momento da compra

O Cenário dos Títulos Prefixados em Tempos de Alta da Selic

Além das novas opções de Tesouro Selic, o governo também alongou os prazos do Tesouro Prefixado, agora com vencimentos para 2028 e 2032. Contudo, com a Selic em patamar elevado e tendência de alta, esses títulos merecem atenção especial dos investidores. O próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) está previsto para março, com expectativa de elevação da taxa básica, que pode superar 15% ao ano em 2025.

Quando há tendência de alta nos juros, novos títulos prefixados tendem a ser emitidos com taxas mais atrativas, o que pode desvalorizar os títulos adquiridos anteriormente caso o investidor precise vendê-los no mercado secundário. Este cenário representa um risco maior para quem não tem certeza se conseguirá manter o investimento até o vencimento.

Por outro lado, para quem busca previsibilidade e tem prazos bem definidos, os títulos prefixados podem ser interessantes. "Eles podem ser apropriados para diversificação e para objetivos com prazos estabelecidos, como a compra de um imóvel ou uma viagem planejada para daqui a alguns anos", destaca Josias Bento. A chave está em alinhar o prazo do título com o horizonte do objetivo financeiro.

Tipo de Título Vencimentos Perfil Recomendado
Tesouro Selic 2028 e 2031 Investidores conservadores que buscam proteção contra alta de juros
Tesouro Prefixado 2028 e 2032 Investidores com objetivos de prazo definido que desejam previsibilidade
Tesouro IPCA+ Prazos alongados Investidores que buscam proteção contra inflação no longo prazo

Estratégias de Diversificação com os Novos Títulos

A inclusão de novos prazos no Tesouro Direto oferece oportunidades para uma diversificação mais eficiente de portfólio. Uma estratégia recomendada por especialistas é a escada de vencimentos (laddering), que consiste em distribuir os investimentos em títulos com diferentes prazos de vencimento. Com o Tesouro Selic 2028 e 2031, essa estratégia se torna ainda mais viável.

A vantagem dessa abordagem é a combinação de liquidez com rentabilidade. Ao escalonar os vencimentos, o investidor pode aproveitar eventuais altas nas taxas de juros para reinvestir o dinheiro dos títulos que vencem primeiro, enquanto mantém parte dos recursos aplicados em títulos mais longos, que geralmente oferecem rentabilidades maiores.

Para aplicar essa estratégia com os novos títulos disponíveis, é possível, por exemplo, dividir os investimentos entre o Tesouro Selic 2028 e 2031, considerando também outras opções como o Tesouro Prefixado 2032 ou Tesouro IPCA+. Essa diversificação ajuda a reduzir o impacto da marcação a mercado no portfólio como um todo.

  1. Defina seus objetivos financeiros e seus respectivos prazos
  2. Distribua seus investimentos em títulos com vencimentos compatíveis
  3. Considere manter parte em títulos Selic para maior liquidez
  4. Reavalie periodicamente sua estratégia conforme mudanças nas condições de mercado

A renovação do portfólio do Tesouro Direto com novos vencimentos como o Tesouro Selic 2028 e 2031 faz parte da estratégia governamental para gerenciar a dívida pública. Essa atualização acontece periodicamente para ajustar a oferta conforme as condições do mercado e as necessidades de financiamento do governo.

Os vencimentos mudam porque há títulos antigos que estão expirando e a dívida precisa ser refinanciada. Além disso, o governo ajusta a oferta de prazos como estratégia de financiamento e de acordo com a demanda dos investidores. Para quem já possui títulos que foram retirados da "vitrine", nada muda: é possível mantê-los e resgatá-los normalmente, seja no vencimento ou antes, pelo valor de mercado.

Com a expectativa de que a taxa Selic supere o patamar de 15% ao ano, os títulos atrelados à taxa básica ganham ainda mais relevância no cenário de investimentos. O contexto macroeconômico atual, com pressões inflacionárias e ajustes fiscais, tende a manter os juros elevados no médio prazo, o que pode beneficiar os detentores desses papéis.

Para os investidores, a recomendação é acompanhar de perto as decisões do Copom e as perspectivas para a economia brasileira, ajustando as estratégias de investimento conforme necessário. O planejamento financeiro continua sendo a chave para aproveitar as oportunidades oferecidas pelos novos títulos do Tesouro Direto, sempre considerando objetivos pessoais, horizonte de tempo e tolerância a risco.

ESCRITO POR: Rodrigo Duarte - Jornalista formado pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), com especialização em Marketing Digital.