Cheque ainda existe? Saiba se o método de pagamento ainda é aceito

Ao longo da década de 90, os cheques acabaram se tornando a principal forma de pagamento a partir da concessão de um determinado crédito, pois esses documentos acabam servindo muito mais como um compromisso de pagamento do que, de fato, uma moeda. Mas, atualmente, os talões de cheques acabaram se tornando muito mais raros, até mesmo dentro das próprias agências bancárias.

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Desde 1995, o uso de cheques no Brasil despencou 95,8%. Essa queda começou em 2001, se mantendo a cada ano que passa – já é o 24° ano seguido em que o uso de cheques diminuiu se comparado ao ano anterior. Segundo dados da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), foram usados 137,6 milhões de cheques em 2024. Como comparação, em 1995 o número de cheques compensados bateu 3,3 bilhões.

Segundo dados da Febraban, as transações por cheques representavam R$ 2 trilhões em 1995. Em 2023, esse valor caiu para R$ 610,27 bilhões. Naquele ano, os cheques perderam de lavada para o Pix, que movimentou R$ 17,2 trilhões, e o TED, com R$ 40,6 trilhões.

Diante desses dados, é possível afirmar que sim, o cheque tradicional, aquele preenchido manualmente com os dados, que deve ser devidamente assinado e ter sua folha destacada de um talão, ainda possui um papel fundamental na economia do país.

O que é um cheque?

Antes de mais nada, é muito importante entender o que pode ser considerado como um cheque dentro do sistema financeiro de uma forma geral. Basicamente, é um documento que funciona como uma ordem de pagamento à vista. Quando compensado, ele resgata o valor de uma determinada conta e pode ou transferir os recursos para outra conta, ou então ser convertido em dinheiro físico, pago ao portador.

Do ponto de vista prático, na forma como esses cheques se apresentam no mercado, trata-se de um talão com diversas folhas que podem ser destacadas, sendo que cada uma delas representa uma determinada ordem de pagamento. Essas folhas já contam com uma série de informações impressas, incluindo as informações que identificam o cliente, como nome, CPF, e também os dados do banco, da agência e da conta.

Além desses dados que já são emitidos impressos e que não podem ser alterados na folha, os usuários ainda contam com alguns campos que devem ser preenchidos manualmente, incluindo os valores que devem ser pagos para quem recebe e a assinatura, que confirma a identidade de quem emitiu.

Quem pode obter um talão de cheques?

Para que uma pessoa possa obter um talão de cheques, antes de mais nada, ela precisa ter uma conta corrente ativa em um banco ou uma instituição financeira que emita essas folhas. Vale ressaltar que nem todos os bancos emitem cheques para os seus clientes. Os bancos digitais, por exemplo, acabaram cortando esse serviço dos disponibilizados nas contas gratuitas.

Mesmo os bancos que emitem os cheques podem ainda definir valores que podem ser cobrados para a emissão do talão. Em muitos casos, os clientes acabam tendo direito aos cheques, mas apenas a partir do momento que adotam uma cesta de serviços paga. As contas gratuitas normalmente não oferecem os cheques.

Vale a pena utilizar os cheques hoje em dia?

Os cheques acabaram sendo substituídos, em muitos casos, por outros métodos de pagamento, especialmente os eletrônicos. As primeiras ferramentas que acabaram forçando essa substituição do cheque foram os cartões, primeiramente os emitidos na forma de crédito, como também os de débito.

Mais recentemente, o Pix acabou transformando completamente a forma como as pessoas utilizam o dinheiro no dia a dia. Muitas pessoas deixaram de utilizar o cheque, pois conseguem transferir o dinheiro que está na conta diretamente para outra conta no mesmo instante, sem ter que esperar o tempo de compensação.

Mas existem alguns casos em que os cheques ainda podem acabar sendo utilizados. Uma das situações nas quais os cheques realmente se tornam mais efetivos do que os métodos de pagamento eletrônico é a operação conhecida como caução.

Nesse tipo de contrato ou de acordo, basicamente, as pessoas precisam fornecer uma garantia de pagamento ao adquirir um determinado bem ou começar a utilizar um determinado serviço. Como o cheque é considerado como um documento que atesta um compromisso com o pagamento, caso seja necessário, o portador pode utilizar o cheque como cobrança, buscando inclusive outros meios de recuperação do débito, caso ele não tenha fundos.

O cheque também acaba se tornando uma boa alternativa para as pessoas que desejam fazer compras pré-datadas, mas que não contam com limite no seu cartão de crédito.